segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Perspectiva de uma estudante

Entrevista a Carolina Gomes, estudante da FAUP e ex-aluna da ESDS

Quais eram as expectativas antes de entrares para o curso de arquitectura?
Todos os estudantes que escolhem esta área têm uma concepção em relação ao curso distante da realidade. Os primeiros conceitos que nos são incutidos são abstractos, por exemplo: relacionar o cheio com o vazio, o que é uma praça, o que é uma rua? Temos uma sensação muito diferente do que é a arquitectura antes de nos depararmos com as primeiras propostas de trabalho, antes de entrar para o curso tinha a ideia de que íamos fazer basicamente projectos de edifícios, mas agora acho que a arquitectura não se resume inteiramente a isso, tem muito a ver com a experiência que se vai ganhando ao longo do curso. Por exemplo, estando no porto tem-se acesso a professores, a arquitectos, a convidados de excelência e a magníficas conferências. O mais importante não é tirar boas notas, é mesmo ir às visitas que a associação promove, ir às conferências, e assistir a aulas extra. Esses foram os principais pontos que mudaram a minha maneira de ver o curso e a minha concepção de arquitectura, que é muito diferente pois é muito difícil definir este conceito.
Em relação ao trabalho já estava prepara, já me tinham avisado que seriam muitas noites sem dormir, o que acontecem muitas vezes! Mas torna-se um hábito, só custa a primeira directa.
Quanto à hospitalidade fiquei deslumbrada com a maneira como me receberam, pois como já estão habituados a receber as pessoas de fora, criam um ambiente familiar de entreajuda porque todos sabemos o que vamos sofrer e o que estamos a passar. E apesar de me dizerem que era muito competitivo, eu não concordo, é um facto que não podemos prejudicar o nosso trabalho a ajudar o outro, mas tal como os nossos professores dizem nós vamos trabalhar em equipa, um arquitecto trabalha sempre em equipa, assim se alguém tem um problema no seu trabalho e o colega ao lado encontra imediatamente uma solução ele ajuda sem hesitar. Eu acho que não é competitivo, existe competitividade mas uma competitividade saudável, que deve de existir não é? Senão éramos todos iguais.

A faculdade superou as tuas expectativas?
Sim, principalmente porque eu ia para a faculdade com aqueles fantasmas. “ Será que é muito difícil? Há muita competitividade? Será que as pessoas me vão receber bem? Como é que aquilo é? Será que é uma elite muito restrita? Se há pessoas muito estranhas?” mas rapidamente me apercebi que é tudo isso mas em doses saudáveis, por isso superou bastante as minhas expectativas.

Foste bem recebida?
Fui muito bem recebida, posso dizer, e agora não quero sair de lá. (risos)

Já conhecias bem a cidade?
Não conhecia nada, já lá tinha ido uma vez mas apenas me mostraram as coisas “postal”: a torre dos Clérigos, os aliados, o metro e o rio Douro. À noite mostraram-me o “piolho”, que é uma praça onde se juntam os estudantes, e as Galerias de Paris onde se notam mais as diferenças sociais, mas isso também há em qualquer cidade não é?
Fiquei rapidamente a conhecer a cidade até porque nós temos uma disciplina no primeiro ano que é a DGOE (disciplina geral de organização de espaço) que nos obriga a percorrer a cidade de máquina fotográfica na mão para realizar os trabalhos, o que nos leva a conhecer o Porto de uma maneira ou de outra.

O que é que entendes por arquitectura sustentável?
Na minha opinião a arquitectura sustentável é uma arquitectura que se sustenta a si própria, por exemplo, em relação às casas sustentáveis é aproveitar ao máximo do que a casa consome para se auto manter. O conceito é esse, depois existem muitas vertentes como a água que gasta poder ser reutilizada para outras coisas.
  
O curso de arquitectura da universidade do Porto aborda o tema da arquitectura sustentável? Existe alguma disciplina específica sobre este conceito?
Eu estou no segundo ano e até aqui não. O conceito de arquitectura sustentável não é uma coisa que se ensine porque isso para já está muito ligado às tecnologias e o que podemos retirar delas. O curso baseia-se mais no que é a arquitectura e a maneira de fazer boa arquitectura, não tanto a assuntos mais específicos, estes poderão ser um tema para o mestrado.
Neste momento tenho Projecto, a disciplina principal de 12 horas semanais; Construção; Desenho II; Teoria; e História. Podem parecer poucas mas temos muito trabalho. Não existe uma disciplina exacta para arquitectura sustentável.

Apesar do curso na da Universidade do Porto não ter uma relação directa com a Arquitectura sustentável quando te mandam fazer um projecto não abordam o conceito de forma indirecta?
Podemos pensar isso, exactamente, por exemplo no nosso projecto podemos incluir esses conceitos. Ao fazer o projecto temos de pensar na maneira de recolher o lixo ou a forma dos sanitários. Com a disciplina de Construção trabalhamos na maneira de colocar os sanitários para resultar tudo na perfeição, essa tarefa já é suficientemente difícil, pensar também na sua sustentabilidade é um assunto que poderemos aprofundar no quinto ano, ou seja, no mestrado.

Na tua opinião os estudantes que formam a futura geração de arquitectos estão a ser sensibilizados para a aplicação deste conceito nas suas carreiras futuras?
Cada vez mais ouvimos falar em sustentabilidade e em energias renováveis e ao fazer o projecto de uma casa temos de pensar nisso. É do meu conhecimento um projecto de primeiro ano da ESAG que consistia em construir uma casa num ambiente muito seco, muito quente ou muito húmido e tinham de conciliar a arquitectura com o meio envolvente, assim temos de nos apoiar na sua sustentabilidade, mas de forma a que o cliente não tenha custos muito elevados. Hoje em dia fazer uma casa sustentável é muito caro, este conceito apenas compensa a longo prazo, talvez daqui a uns anos seja mais fácil e barato. Conheço um rapaz que o primo se formou no Brasil nessas áreas, actualmente trabalha em arquitectura sustentável em Londres e tem em mente fazer um projecto com atenção aos esgotos da casa para aproveitar a água utilizada e afins, apesar de ser das tarefas mais comuns a serem feitas, um bom aproveitamento é complicado de aplicar num caso real. O conceito da arquitectura sustentável e das energias renováveis já existe há muito tempo mas para consagrá-lo é preciso investir muito dinheiro e o risco pode ser demasiado elevado.
  
Achas que a arquitectura sustentável está a ser devidamente reconhecida em Portugal?
Devia porque o clima do nosso país dá para fazer muitas coisas relacionadas com isso. Na minha opinião acho que não, penso que devia ser mais reconhecida.
Eu nunca fui a uma conferência sobre arquitectura sustentável e acho que deviam haver mais. Talvez em Lisboa existam este tipo de conferências, pois está mais ligada às tecnologias do que o Porto.





Vantagens de um Projecto Sustentável

A Arquitectura Sustentável por ser um conceito relativamente recente e que abrange problemáticas como as energias renováveis e o desperdício de recursos naturais tem como objectivo primordial o combate à insustentabilidade ambiental que a geração actual enfrenta. Sendo assim, apresenta inúmeras vantagens, como:
  • A gestão sustentável dos recursos disponíveis e a consequente protecção do meio ambiente, não comprometendo a disponibilidade de recursos num futuro próximo;
  • Integração harmoniosa das construções na paisagem envolvente, aproveitando assim os recursos  da área de construção e adaptando o edificio às caracteristicas do meio; 
    • Maior isolamento térmico e acústico;
    • Economia de energia quer na fase de construção como na sua posterior utilização pelos seus habitantes, tendo em atenção os aspectos sociais e económicos; 
    • Teoricamente o processo de construção de um edifício sustentável não tem que ser necessariamente mais caro que a construção de uma habitação de forma tradicional, uma vez que é possível adequar a moradia a projectos como a captação e a reutilização da água, tratamento de esgotos e captação de energia solar. Reduzindo significativamente a emissão de gás carbónico, o volume de resíduos sólidos e liquidos, a necessidade de transporte, o nível de poluição do ar e dos cursos de água, e o consumo de energia eléctrica e bens materiais como por exemplo: água, petróleo, areia, ferro, carvão e outros.
    Em suma, após termos efectuado uma intensa pesquisa sobre o tema, concluímos que esta arquitectura apesar de ser bastante vantajosa apresenta uma grande desvantagem, pois não sendo ainda um conceito muito requerido pelos arquitectos e clientes, a sua aplicação na prática é ainda dispendiosa. Provavelmente se existisse uma maior sensibilização sobre o tema haveria assim, uma maior adesão por parte da população.

    segunda-feira, 15 de novembro de 2010

    O que é Arquitectura sustentável ?

    Ao longo dos tempos a Arquitectura foi evoluindo e adaptando-se ao meio e às inovações que foram surgindo.
    Com a crescente preocupação ambiental, houve a necessidade de adaptar os edificios e torná-los ecológicos, nascendo assim o conceito de Arquitectura Sustentável.
    Surgido na década de 70, este conceito concentra-se na criação de uma harmonia entre a obra final, o seu processo de construção e o meio ambiente, pretendendo evitar em cada um dos passos agressões desnecessárias para o ambiente, optimizando processos de construção, reduzindo os resíduos resultantes, e diminuindo os consumos energéticos do edifício.
    Sendo assim, um edifício sustentável proporciona a sua própria sustentabilidade!

    quarta-feira, 10 de novembro de 2010

    Apresentação do grupo/projecto

    Olá, visitante!

    Nós somos um grupo de A.P da turma 12ºK da ESDS e estamos a trabalhar o tema de Arquitectura Sustentável.
    O nosso objectivo é sensibilizar a comunidade, independentemente de quererem seguir esta área, ou não. Para tal criámos este blog de modo a dar a conhecer o tema e o nosso projecto.

    Elementos do grupo:

    • Diana Santos nº9
    • Inês Marques nº11
    • Marina Silva nº18
    • Sofia Damásio nº21